"Porque a mais razoável das loucuras é aquela partilhada com o mundo." "Para um mundo razoável esqueçam a loucura das partilhas.."

Thursday, June 29, 2006

Boo



Queria escrever livros e ser jornalista. Já quis ser o João Pinto e o Songoku. Continuei a querer escrever livros. Quis ser hospedeiro de bordo e a ganância levou-me a querer pilotar aviões, sem deixar de querer ser jornalista. Imaginei-me actor de novela brasileira, famoso por certo, enquanto escrevia um livro. Queria ser o Super-Homem e a Lois Lane seria só minha. Quis ser jornalista e escrever livros. Quis ser músico e jornalista. Queria ser bombeiro e coleccionador de medalhas. Quis ser o Lucky Luke e jornalista. Queria ser geógrafo e escrever livros. Quis ser pobre e logo quis ser rico. Quis ser inglês, italiano e francês.

The Divine Comedy - Arthur C. Clarke's Mysterious World
The Divine Comedy - Snowball Is Negative
The Divine Comedy - To Die A Virgin
Nouvelle Vague - Ever Fallen In Love
QOTSA - The Lost Art Of Keeping a Secret
Le Tigre - My Art
The Streets - It Was Supposed To Be So Easy
Electric Six - Dance Commander
Ali Farka Touré - Saukare
Ali Farka Touré - Cousins

Comic Muse



Não, não é tão bom como o Absent Friends mas é de aquisição obrigatória. Os Divine Comedy estão de volta com Victory For The Comic Muse (quero lembrar-me de títulos destes) e, segundo o Neil Hannon, o álbum conta a história de algumas celebridades mundiais. Depois de uma primeira escuta, em jeito de embalo ao estudo de Indústrias Culturais, vejo-me solto nas sugestões.

The Divine Comedy - To Die A Virgin
The Divine Comedy - Diva Lady
The Divine Comedy - Threesome
The Divine Comedy - Lady Of A Certain Age
The Divine Comedy - Party Fears Two

Saturday, June 24, 2006

Dita Pin-Up



Encostei-me ao balcão, de copo na mão, com os três botões superiores da camisa desapertados e cabelo simpaticamente desalinhado. Estava de olho nela há tempo suficiente. Introduzi-me, livre de gaguejos e tropeções. "Ricardo. Prazer. Vieste para ficar?". Trocamos cumplicidades e, no final, foi com naturalidade que lhe apresentei o meu quarto. Por cá ficou e por aqui continuará..
A nova Blitz surpreendeu-me. Sem o sensacionalismo desmesurado da NME, sem a publicidade incómoda da MOJO, um estilo muito mais Rolling Stone adaptado a uma realidade que não é, por certo, anglo-saxónica no que a consumo do género diz respeito.
Da primeira edição - nas bancas desde a passada quarta-feira e com Mick Jagger na capa - destaco uma entrevista a Dita Von Teese. Um trabalho graficamente genial, de contúdo fetiche (numa invocação constante da sensualidade feminina) e com caixas interessantes acerca do fenómeno Suicide Girls e dos pin-ups de Bettie Page. O destaque à controversa Von Teese é da autoria da Ana Markl e valeu o euro (preço de amigo) que gastei pelas 122 páginas da revista.

Thom, The Eraser



Thom Yorke garante que não se emancipou dos Radiohead. Antes virou costas por breves instantes para soltar um talento que não reserva balizas no nome de uma das maiores bandas de todos os tempos. No acto de rebeldia momentâneo Yorke deu um irmão a Kid A. Não lhe chamou Kid B e não lhe emprestou a genialidade de OK Computer. Nomeou-o The Eraser e fez com que o mapa da nostalgia nos conduzisse a um melancólico Amnesiac.

Thom Yorke - Black Swan
Thom Yorke - The Clock
Thom Yorke - The Eraser
Thom Yorke - Harrowdown Hill
Thom Yorke - And It Rained All Night

Bande à Part



Arranho-me de satisfação, salivo de descontrolo, arrepia-se-me a masculinidade, multiplicam-se os espasmos, promovo o júbilo, transpiro desejo, lanço ecos de prazer, quase me masturbo..
Não, estou a exagerar no delírio. Mas gosto mesmo do novo álbum dos Nouvelle Vague.

Nouvelle Vague - Human Fly
Nouvelle Vague - Bela Lugosi's Dead
Nouvelle Vague - Escape Myself
Nouvelle Vague - Dancing With Myself
Nouvelle Vague - Blue Monday
Nouvelle Vague - Fade To Grey

Thursday, June 15, 2006

Babyshambles



Discreto, descomprometido mas curioso, dei por mim a apoderar-me de mais um trabalho do Pete Doherty. Do Down To Albion (2005) dos Babyshambles só conhecia os singles - Fuck Forever e Albion - e nunca foi material para me fazer acreditar na sanidade mental do Pete. Ao ouvir o álbum na íntegra é-me mais fácil acreditar que tenha chegado a nº10 no Top Britânico.
Fora isso, e para contextualizar, os Babyshambles são o brinquedo que Doherty criou em 2003 e oficializou em 2004, depois da sua expulsão dos Libertines. A banda não é tão conhecida pela música que compõe mas mais pelas constantes faltas a concertos do seu vocalista (normalmente por se esquecer ou ter sido preso na noite anterior). Não sei o nome dos outros membros da banda e, sinceramente, não me apetece procurar. Perdoem o desleixo, mas isto de ouvir Pete Doherty (está em em novo tratamento de desintoxicação, desta vez, consta-se, em Portugal) tem a sua colateriedade. E sim, acabei de cuspir um neologismo.

Babyshambles - Fuck Forever
Babyshambles - Albion

Babyshambles - La Belle Et La Béte

Babyshambles - Killamangiro

Babyshambles - The 32 of December

Babyshambles - What Katie Did Next

Wednesday, June 14, 2006

Jeff Buckley explica



Enquanto a NME e a Mojo me desviam e corrompem uma concentração que devia estar toda nos resumos de Semiótica da Comunicação, dou por mim a tentar, pela enésima vez, responder a quem me acusou de não respeitar as preferências alheias e com comentários em forma de crítica pouco abonatórios no meu blogue. Tentando explicar que me limito a manter as minhas preferências, suportadas pelo gosto pessoal, e que a elas faço publicidade neste espaço para esse propósito reservado, acabei por me embrulhar numa teia de más justificações.
Tenho, de facto, aversão por algumas coisas. Nunca por preferências, raramente por pessoas, frequentemente por estilos e quase sempre por atitudes.
Nunca avaliei nem avaliarei ninguém pelo que ouve, pelo que lê ou pelo que vê e espero nunca ser pela mesma forma retratado. Se, por qualquer motivo ou palavra o dei a entender, desculpa!
Os "Favoritos" são fontes de bem-estar. Aplaudo os meus e louvo os teus.
Hoje, o meu favorito é ele..

Jeff Buckley - Forget Her
Jeff Buckley - Opened Once

Jeff Buckley - Lover, You Should Have Come Over
Jeff Buckley - Last Goodbye

Jeff Buckley - Grace
Jeff Buckley - So Real

Ils se marièrent et eurent beaucoup d'enfants



...E Viveram Felizes Para Sempre
era o passo seguinte e natural nesta minha fase de gula para com o cinema francês. Um filme de 2003, realizado e protagonizado por Yvan Attal, encaixa no elenco Charlotte Gainsbourg (sim, a filha de Serge, o motivo da música Shush Shush Charlotte), Alain Chabat e deixa espaço para a figura de Johnny Depp num papel tão pequeno quanto fundamental.
Uma história que senta o rabinho nas crises existênciais e matromoniais de três quarentões, as suas turras com a consciência e o degustar da infidelidade.
Tudo isto ao embalo de Radiohead, LCD Soundsystem e Velvet Underground.
Não tanto para vêr (o filme é banal), bem mais para ouvir.

Tuesday, June 13, 2006

Editando



Venho por este meio fácil e cobarde pedir desculpa pela falta de regularidade com que tenho actualizado este espaço. O tempo tem sido escasso, a vontade pouco convincente e os motivos raros. E porque a vontade de escrever me escapa com a facilidade com que me corteja, vou directo ao(s) assunto(s).

1) Pelo que me contaram e pelo que ouvi na rádio, o recente SBSR não foi de chorar por mais. Escaparam da regularidade uns cada-vez-mais-certeza Editors (sou só eu que acho a voz do Tom Smith igual à do David Fonseca ou isto é, como diz o Pedro Gonçalves, do meu meu ouvido que é um pouco mouco?). Confirmaram o bom momento e o talento de uns cada-vez-mais-fenómeno Franz Ferdinand e multiplicou água na boca a quem espera um-cada-vez-mais-pouco-pontual álbum do Pharell.
2) Confirmo o meu cada vez mais latente desejo de pôr as sapatilhas no Lisboa Soundz (22 Julho) e em Paredes de Coura (Agosto). Do primeiro acenam-me os Strokes (vénia), Isobel Campbell (suspiro) e She Wants Revenge (confirmação?). Do segundo espero uns Yeah Yeah Yeahs com Karen O de saia rasgada e move-me uma quanta curiosidade para vêr ao vivo os Bauhaus, Morissey, ! ! !, Gomez e Shout Out Louds.
3) Os Strokes juntaram-se a Eddie Veder e a Josh Homme numa cover de Mercy Mercy Me do eterno Marvin Gaye. O tema estará disponível no CD single de You Only Live Once a lançar este Verão.
4) Estou a constipar.

Wednesday, June 07, 2006

Ma marseillaise



Nunca Bastilha me fez elevar conceitos de liberdade e democracia, nunca Eifell foi mais homem pela sua torre do que pela ponte portuense, nunca para lá dos Pirinéus algo me chamou, nunca a língua me provou o seu romantismo e nunca o beijo deixou de ser de língua para ser à francesa.
Foi aos 21 anos que me apercebi que estou completamente apaixonado por França. É altura de revêr tudo o que de francês a minha colecção de filmes me dispensa, altura de fazer cantar a Bruni e o Gainsbourg, altura de me deixar enamorar mais uma vez pela Tautou e invejar o Duris.
Vou nadar no Sena, saltar da Torre, correr nos Campos, derreter na Riviera, cortar o cabelo ao Astérix, desenhar Napoleão, reivindicar a Argélia e logo a descartar, alimentar o mutante de Nôtre Dame, conquistar a Amélie, apaixonar-me em Monmartre e barricar-me no Louvre.

Friday, June 02, 2006

Perdoa-se a queda



É a lei natural das coisas e a nossa condição de consumidores reserva-se na impotência da assistência. O álbum que se segue é quase sempre pior do que o anterior. Foi assim com o Show Your Bones dos Yeah Yeah Yeahs, com o homónimo dos Libertines ou com o First Impressions Of Earth dos Strokes. Será assim com os novos trabalhos dos Arcade Fire ou dos !!!. É o desbotar do efeito surpresa ou a distância à novidade.
A excepção que confirma a regra ainda não é o novo álbum dos Zero 7. Garden é bom de ouvir, relaxa e facilmente nos transporta a reboque do Trip-Hop fácil de Henry Binns e Sam Hardaker. Com a presença menos constante das belíssimas Sia Furler, Tina Dico e Sophie Barker, o sucessor de When It Falls quase se esquece de Mozes, dá voz a Henry Binns e convida José González para embalar. Por cá, embalava-se mais facilmente ao som da voz doce das meninas.
Mesmo assim,

Zero 7 - Throw It All Away
Zero 7 - This Fine Social Scene
Zero 7 - Left Behind
Zero 7 - If I Can't Have You

Zero 7 - Crosses
Zero 7 - Your Place