"Porque a mais razoável das loucuras é aquela partilhada com o mundo." "Para um mundo razoável esqueçam a loucura das partilhas.."

Friday, April 28, 2006

Sexy & Classic



São muito mais do que qualquer movimento cinematográfico francês do século que se despediu. Os Nouvelle Vague são a música da Paris que nunca conheci mas sempre imaginei. São o beijo repinicado da bossa nova e da new wave. Estarão já amanhã no Porto e sou capaz de matar por informação acerca do local do espectáculo.

Nouvelle Vague - Guns Of Brixton
Nouvelle Vague - Too Drunk To Fuck
Nouvelle Vague - This Is Not A Love Song

Nouvelle Vague - Marianne

Nouvelle Vague - I Melt With You

Nouvelle Vague - In A Manner Of Speaking

Santifique-se a 6ª

Junto os pés e juro que não me lembro da última vez que escrevi neste blogue de manhã. E tão de manhã que ainda não almocei, não me vesti nem me vendi ao esforço de sair da cama. Ainda estou com o braço dormente graças à má posição que escolhi para dormir e ainda conservo as quantidades industrias de remela que produzo à noite (e sim, acabei de deitar por terra toda e qualquer aspiração a capa da Time).
Tudo isto só para dizer que a banda sonora deste dia sem a faculdade a chamar por mim já está definida desde ontem à noite.
Tome-se banho, descasque-se a fruta, aconchegue-me a roupa, compre-se o jornal, fume-se um cigarro, solte-se a música..

Radiohead - Fog (Live)
Sufjan Stevens - For The Widows in Paradise..
Jeff Buckley - Forget Her
Nouvelle Vague - This Is Not A Love Song
Nouvelle Vague - Guns Of Brixton
Richard Butler - California
Ryan Adams - Night Birds
Cobra Verde - Waiting For a Girl Like You
Rocky Votolato - White Daisy Passing
She Wants Revenge - I Don't Want To Fall In Love
Calla - Swager

Tuesday, April 25, 2006

O Artista

Derreti-me na iminência de me superar.
Ergui o sobrolho para um perfil sincero de espanto.
Sorri já acostumado à íntegra glória que me esperava.
Curvei e aplaudiram-me.
Desviei-me surpreso das flôres que me lançaram.
Recolhi e encostei-me aos louros me aqueciam.
Admirei mais uma vez o produto da minha inspiração.
Abanei a cabeça em sinal de aprovação. Virei ouro.

(Consegui desenhar alguma coisa que se assemelha a um desenho. Eu que borratava trabalhos de Educação Visual compulsivamente. Foi esse o motivo do meu júblilo.)

Libertinas



As Client não se ofereceram, não venderam o corpo, não se limitaram ao papel de mulheres pouco distintas que a sua aparência sugere, não serviram de inspiração ao Reininho quando este inventou o Popless, não, não, não..
As Client também não são mães de família, não juraram celibato sob o peso de uma espada, não definem a sua orientação sexual mas nada leva a crer que se abstenham de homens, não estabilizaram na menopausa e não são, diz-se, pouco atraentes..
A verdade é que foram as Client quem reuniu a simpatia dos ex-Libertines Pete e Carl e acabaram por os convidar a participar no seu álbum, City. Os rapazes não se devem ter cruzado mas a verdade é que há muito tempo que os seus nomes não apareciam tão intimamente ligados.
As Client são Client A, Client B e, mais recentemente na bateria, Client E.

Client - Underground (ft. Pete Doherty)
Client - Pornography (ft. Carl Barat)

Monday, April 24, 2006

Detalhes



Os Frou Frou são a relação profissionalmente apaixonada de dois talentos. Imogen Heap e Guy Sigsworth lançaram em 2002 o seu único e pouco divulgado trabalho, Details. Depois dos compromissos que o mesmo álbum lhes reservou separaram-se e abraçaram carreiras a solo mais ou menos triunfantes. Para a posterioridade ficam os Frou Frou, o duo que espalha saudades e não promete regressos.
Garden State, o filme, dispensa algumas das faixas que compuseram Details.

Frou Frou - Breath In
Frou Frou - Shh
Frou Frou - Close Up
Frou Frou - Let Go
Frou Frou - Only Got One

Foi Blitz



Em 1984, ainda o menino andava ás turras no organismo do papá, nascia um projecto pioneiro de divulgação da música e cultura jovem em Portugal. Aquele que começou por ser uma paixão de cinco jornalistas de uma causa rapidamente se deu a apaixonar a uns bons milhares de melómanos.
Não só de amor se alimentou o Blitz. Ao longo dos 22 anos que marcam a sua existência o jornal dividiu opiniões, divorciou-se e reconciliou-se com os mais fiéis dos seus fãs e, felizmente, promoveu discussão.
Morre hoje aquele que ousou agitar o panorama musical português. Não morre no que à morte sempre reserva. Termina no formato que o conhecemos e acorda com novo sexo. O jornal vira revista, cresce e apresenta-se ao mês.
Esperamos por ti em Junho..

Friday, April 21, 2006

Riscar Poesia



Alguém (algures, certo dia) disse que os melhores poemas são escritos antes dos 21.
A partir de hoje, poeta é rótulo que certamente não terei..

E eu que nunca fui escuteiro!



Tenho por princípio, apanágio ou mandamento garantir que as sugestões musicais que passam por este espaço sejam: 1) novidade ou 2) gosto pessoal sólido. A sugestão/indicação que se segue não preenche nenhum dos requisitos atrás mencionados.
José Gonzales não é, muito provavelmente, novidade para muita gente. José Gonzales também não, certamente, topo nas minhas preferências musicais. Mas, porque a regra alimenta a excepção, pela tranquilidade da sua música e pelas excelentes referências que o seu álbum, Veneer, tem coleccionado, o sueco de descendência latina merece um cantinho no meu benévolo cantinho.
Para quem José Gonzales é novidade (para aqueles que só agoradeveriam ter começado a lêr este post), talvez deixe de o ser quando se lembrarem do anúncio da Sony com as bolinhas irrequietas pelas ruas sinuosas de San Francisco. A banda sonora - Heartbeats do álbum Venner - é do rapaz.
Fica a indicação..

José Gonzales - Heartbeats
José Gonzales - Lovestain
José Gonzales - Save Your Day
José Gonzales - Slow Moves
José Gonzales - Crosses

I like The Like like they do not like me



Desde o lançamento da incompreendida e até mal-amada série de ficção juvenil The OC que a California não me presenteava tão gentilmente. Num qualquer colégio snob de Los Angeles juntou-se Z Berg às melhores amigas Charlotte e Tennessee. Charlotte tocava baixo há duas semanas, Tennessee já dominava com coerência a bateria e Z Berg era a voz ideal que, por detrás da guitarra, deu verbo às The Like. Tudo isto em 2001, tinham as meninas 15 anos. Depois de três EP's autoprduzidos (o financiamento dos papás deve ter sido bem-vindo), a Geffen Records lá encontrou as meninas e 2005 foi ano de estreia com Are You Thinking What I'm Thinking?. Abriram concertos dos Maroon 5, dos Phantom Planet e lançaram-se à estrada com Kings Of Leon e Giant Drag.
São elas que o dizem: soam a "purple, blue and silver, with an undertone of peach and maroon". Eu gosto..

The Like - June Gloom
The Like - What I Said And What I am
The Like - Bridge To Nowhere

Sunday, April 16, 2006

Dirty Pretty Things



Os Dirty Pretty Things são a emancipação dos ex-Libertines face ao egoísmo adolescente de Pete Doherty. A banda é composta por Carl Barât, Gary Powell, Anthony Rossomando e, o ex-Cooper Temple Clauset, Didz Hammond. Da fusão/revolução só podia saír um dos mais aguardados álbuns de 2006.
Maio reservou Waterloo To Anywhere para os escaparates alternativos deste cada vez mais suculento início de ano.
Dirty Pretty Things estiveram esta sexta-feira no Santiago Alquimista. Para a honra de os introduzir escolheram os portugueses (The) Scope - um dos meus conselhos às labels nacionais.

Dirty Pretty Things - Bang Bang, You're Dead
Dirty Pretty Things - Blood Thirsty Bastards
Dirty Pretty Things - Deadwood
Dirty Pretty Things - Gin And Milk
Dirty Pretty Things - If You Love A Woman

Abraço

Não vou promover discursos ou posições ecléticas de quem se alheia a fenómenos sociais. Francisco Adam dava vida à melhor personagem da série de culto adolescente Morangos Com Açucar. Era uma referência para o meu irmão (que, curiosamente, entitulou o seu fotolog de Dinoman Domina) e para muitas crianças da sua idade. Entra, abusiva mas alegremente, todos os dias em minha casa e era pouco mais velho do que eu.
Choquei e enjoei quando soube que tinha falecido esta madrugada num estúpido, inglório, descabido, despropositado e triste acidente de viação.

E mais não sei dizer..

Sunday, April 09, 2006

The Kooks



São, para muitos, uma das melhores live bands da actualidade. São, para outros, o maior fenómeno musical desde os The Strokes. Têm, para alguns, o frontman mais talentoso dos últimos anos, Luke Pritchard.
Inside In/Inside Out, o primeiro álbum da banda de Brighton, já saltou dos estúdio de Abbey Road para o mundo.
The Kooks são a confirmação do rock alegremente britânico de um 2006 que engorda compulsivamente no que a boa música diz respeito.

The Kooks - Naive
The Kooks - Sofa Song
The Kooks - Eddie's Gun
The Kooks - You Don't Love Me
The Kooks - Jackie Big Tits

Cross-cultural rock



Os Cordero são a continuação lógica da minha fantasia por Yeah Yeah Yeahs, Peaches e The Gossip. São, antes, a prova de que os valores multiculturais, a eficácia da mensagem bilíngue e a ressureição do shake-your-hips rock estão de boa saúde pelos becos de Nova Iorque.
Directamente de Brooklyn, En Este Momento é já o quarto passo da banda de Ani Cordero por estes trilhos da discografia. E é a Bloodshot Records quem abençoa.

Cordero - Come On Dear
Cordero - Matadora
Cordero - La Piedra

Cordero - Close Your House Down

Cordero - Mama Ven a Buscarme