"Porque a mais razoável das loucuras é aquela partilhada com o mundo." "Para um mundo razoável esqueçam a loucura das partilhas.."

Tuesday, May 31, 2005

Rewind 4


Rewind 4

O melhor álbum de covers alguma vez pensado.
E pensado porque nunca chegou a ser comercializado. A fantástica mas conflituosa Ubiquity Records não chegou a acordo com quem o exigia. Para sorte de poucos, ouve-se em rádios que tiveram direito a CD's promocionais.
Consegui pedacinhos de todas as músicas aqui. Dádivas como Seven Nation Army (Nostalgia 77), Word Up (Willis) e The Look Of Love (Platinum Pied Pippers) estão por lá.
Para consumir com gula.

Monday, May 30, 2005

O Francês como por ele esperei


Carla Bruni

Desfila desde os 19 anos mas só ganhou notoriedade depois de se assumir como a "outra mulher" na vida de Mick Jagger.
Raphaël é nome de música dedicada ao seu companheiro actual.
Carla Bruni, natural de Torino (Itália), 37 anos, voz de adolescente, dá à lingua francesa o tom ternurento e suave que, no parcial parecer, sempre faltou.
O primeiro álbum, Quelqu'un m'a dit, caíu nas lojas em Novembro de 2002. A audiência e a crítica não tardaram a aplaudir.
Carla Bruni é uma sugestão da mulher que me sustenta o batimento cardíaco. Para ouvir, na melhor das companhias, com o Douro como testemunha.

Carla Bruni - Quelqu'un m'a dit
Carla Bruni - Tout le monde
Carla Bruni - L'amour
Carla Bruni - J'en connais
Carla Bruni - Mon amie la rose
Carla Bruni - Raphaël

Monday, May 23, 2005

De Mim...

Explica-me isto que me fraqueja as pernas.
Explica o suor que me humedece as mãos.
Decifra-me o querer por querer.
Decifra o querer mais que querer.
Esclarece-me sobre o que me consome e me alimenta,
Aparta o que me consome do que me alimenta.
Define-me o admirar, define-me o venerar.
Define a imagem que de ti ilustro com a imaginação.
Justifica-me o ritmo apressado no peito,
Justifica as horas longas à distância.
Interpreta-me esta certeza, a beleza e a franqueza.

Não consegues.
Não consigo.

Alumiar a já de si intensa luz do amor é esperar pela dura dôr de te perder.


Para Ti.

One Two Three Self


One Self

O que têm em comum um americano, um russo e uma sueca de descendência chileno-brazileira?
Resposta: Boa música!
Os One Self são DJ Vadim, MC Blu Rum13 e Yarah Bravo.
O projecto é recente, as músicas são poucas e nada que se venda no país com o défice económico mais alto da União Europeia. Mas esta coisa da World Wide Web é um mundo (salte a redondância) a descobrir.
Ficam essa e outras sugestões.

One Self - Be Your Own
One Self - Blue Bird
Nitin Sawhney - Sunset
Nitin Sawhney - Dead Man
Gorliazz & De la Soul - Feel Good Inc.
Plantlife - When She Smiles She Lights The Sky
Nicolette - Wholesome

Monday, May 09, 2005

Ilícito, Delicado mas Trivial

Extintos exílios de opção e antiquadas terapias da gargalhada, chegou a altura de opinar seriamente acerca do mais sério dos temas.
Com a maturidade que vinte anos sobriamente vividos me conferem, sinto-me por fim iluminado a falar de Política, e sem os receios ou opressões com os quais esta ciência se relaciona amigavelmente.
Sou jovem, demasiado jovem para reflectir sabiamente sobre as estreitas ligações que unem política, políticos, demagogias e população - por esta ordem.
Sou jovem, demasiado jovem para ajuízar com valor qualquer tipo de campanha, rotular intervenientes e condenar (a falta de) medidas.
Sou jovem, demasiado jovem para acenar com convicção a bandeira de um qualquer partido a menos de remuneração suficiente para uma noite de paródia.
Sou jovem, como eu uma boa parte da população deste país, e a verdade é que apenas uma ínfima e, aos olhos de muitos, infame minoria se dedica às causas partidárias.
Animam-me as disputas pelo protagonismo de direita e promotorismo de esquerda, quando nos provam os resultados que os votos caem ao centro. Animam-me as cruzadas contra o radicalismo de esquerda, quando ninguém sabe em que se baseia o radicalismo de esquerda. Animam-me as revoltas contra o fascismo da direita, quando já ninguém se lembra do fascismo da direita.
Não faltam convites, não falta merchandising, não faltam recompensas, não falta publicidade. Falta o essencial, a crença. A crença inequívoca numa causa personificada por quem não escolhemos, a crença num projecto que ainda não é nosso, a crença na palavra de quem publicamente nos representa.
É escassa a vontade de entrar na guerra. Ainda não aliciam os cenários de propaganda política, não convidam as lutas fraticidas dentro das próprias instituições, incomodam as corridas desenfreadas pelo assento parlamentar e estranha-se a igualdade entre sexos muito teorizada e pouco praticada.
E enquanto sobrevive este desengonço moral, o único motivo esdrúxulo que recruta novas vozes para este meio continua a ser, maioritaria e lamentavelmente, o reconhecimento.
Até ordem em contrário, todas as vezes que o trânsito engarrafar e se me apoderar da mente que ainda me restam quarenta e cinco anos para atingir a idade de reforma, desesperarei por não saber de que forma posso melhorar o meu país, a minha cidade ou, pelo menos, o meu bairro. Porque a política é para os políticos, porque a política não é para insensatos jovens de vinte anos - e eu não abdico dos meus -, não sigo o caminho pecaminoso de me infiltrar no mundo dos que dão a cara. Até ver.

Thursday, May 05, 2005

The Platinum Pied Pipers


The Platinum Pied Pipers

São um duo norte-americano, revelaram-se investindo nas covers de nomes como Faze O e Bobby Caldwell e adoptaram uma fusão entre o Hip-Hop e o Soul para o seu Triple P.
A escutar..

The PPP - Stay With Me
The PPP - Act Like You Know
The PPP - One Minute More
The PPP - They Don't
The PPP - 50 Ways To Leave Your Lover

Cervejeirus ah Ah ah


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Depois de me babar de sono nas aulas de História do Jornalismo, depois de inventar esgares de sofrimento nas aulas de Cultura Portuguesa Contemporânea e depois de até o mais pequeno pintelho se me arrepiar quando acordo, à 2ªfeira, às 6.30h para uma dose de Jornalismo Online.. Chega a semana da Queima.
STOP!
Não sou um queima-addicted como tantos por essas Universidades fora. Não tenho suores frios nem espasmos violentos na longa fila de entrada para o recinto. Gosto dos concertos, gosto da cerveja, gosto do pão com chouriço e gosto, sobretudo, da minha companhia.
Acho piada ao fenómeno social que são estes dias. Há como que um resguardar sasonal, uma hibernação prolongada marcada pela filosofia praxiana de que "na Queima é que vai ser". Será que ninguém entende que há concertos todo o ano e muitas vezes de borla, a cerveja não é como a água - essa por vezes escasseia - e não faltam sítios onde a beber, o sexo oposto debilitado e com efeitos alucinogénicos em qualquer discoteca ao fim-de-semana. Porque deixar tudo para a Queima? (gosto do nome.. Queima das Fitas.. Há qualquer coisa de alcoolicamente solene no termo)
A minha QF é, e mais uma vez, partilha.. (private)

Tuesday, May 03, 2005

É aqui que se canta


Erykah Badu

Pedi-lhe que me embalasse. Ela acedeu, humilde, ao pedido e sussurrou-me ao ouvido. Com ela trouxe o resto do clã. Estalamos os dedos ao som do mais puro Soul..
Erykah Badu, Amel Larrieux, Aretha Franklin, Amp Fiddler, Van Hunt, Anthony Hamilton, Maxwell, D'Angelo, Ledisi, Dwele, Joss Stone, Floetry, Marvin Gaye e Angie Stone.. Estiveram cá todos.

Monday, May 02, 2005

Terapia da Gargalhada

Antes de qualquer especialização temática quero agradecer os comentários ao artigo da passada semana que, de uma maneira ou de outra, foram simpaticamente chegando até mim. Ainda não procedi ao ritual da introdução mas, até desígnio editorial em contrário, escreverei semanalmente neste espaço sob o título "Das Tripas ao Coração". Um sincero agradecimento a quem para mim reservou este cantinho do jornal.
O recente ataque de bom-humor da Primeira Dama do planeta inspirou-me. Para os menos atentos, Laura Bush, aquando do jantar anual do staff do Presidente norte-americano com os jornalistas, roubou a palavra ao marido e, num acto encenado de dona-de-casa desesperada, lançou uma série de piadas fáceis acerca de George W. Bush e da vida conjugal que suportam. A facilidade com que arrancou gargalhadas pomposas e dramáticas aos presentes leva-me a pensar que é bonito e fica bem esta arte de rir. Também eu sei rir.
Gosto de rir com a tendência - ou queda - do Herman José para interpretar papéis femininos nos teatrinhos que encaixa nos seus programas. Rio-me de adjectivações bem ponderadas como as que alguém concedeu à revista Visão onde afirma categoricamente que "Mourinho é como Álvaro Cunhal: sólido e impenetrável". Faz-me rir a RTP Memória e, sobretudo, o macaco amestrado que vagueia livremente pelos estudios da Marechal Gomes da Costa, que sabe a definição de Serviço Público e escolhe aleatoriamente a programação do canal. Rio-me das novas tendências asiáticas, depois dos Tamagochi e dos Pokémon o que está a dar por aqueles lados é lançar mísseis experimentais desde a Coreia do Norte até ao mar do Japão e avaliar os estragos que a brincadeira causa. Gosto de me rir da batalha desigual Mourinho vs. Resto do Mundo (imprensa, treinadores, UEFA, reformados com vocação para conversas de café regadas com meio-bagaço), onde o treinador português teima em humilhar claramente os seus opositores.
Fora isso, e quando estou aborrecido-melancólico, fecho os olhos e faço um esforço mental para me lembrar de situações hilariantes como o Olympia de Paris lotado para ver actuar o Tony Carreira; o descontrolo emocional do Pinilla quando redescobre o sabor esquecido do Golo e os ensinamentos do seu Mestre, Pedro Mantorras; o duelo de titãs pela Câmara de Lisboa, Santana vs. Carmona; as receitas sem açúcar do Manuel Luis Goucha e os comentários do Gabriel Alves.
E porque não há nada para criticar no Primeiro-Ministro, porque não há nada para elogiar no Primeiro-Ministro e porque - a menos que se lembre de tomar a primeira medida do seu governo - qualquer dia deixo de saber o nome do Primeiro-Ministro, termino a minha intervenção com o ensinamento moral da semana: se és português, se és jovem e vais para o Dubai aguentar com a suave e saudável brisa do petróleo, encontrarás certamente diferentes formas legais de acordar a gargalhada.