"Porque a mais razoável das loucuras é aquela partilhada com o mundo." "Para um mundo razoável esqueçam a loucura das partilhas.."

Sunday, May 28, 2006

Axl & Friends



Axl Rose foi, entre outros, um dos marcos da minha puberdade. O caderno dos Guns N' Roses partilhavam a mesma secretária do estojo dos Bon Jovi e a capa da Charro (lembram-se da Charro?). Já perdi o rasto às cassetes da banda que ouvia, quase ritualmente, aqui por casa. Clássicos como Sweet Child O' Mine, Welcome To The Jungle ou Knocking On Heavens Door ritmaram a minha adolescência e estão hoje associados a momentos que, com a idade, me permito a esquecer.
Ontem fiquei acordado até mais tarde para registar o regresso aos palcos portugueses dos Guns. Melhor, o regresso de Axl Rose e os seus novos amigos. Já sem os solos de guitarra impressionantes de Slash ou o cigarro eterno de Traci Guns, Axl faz-se agora acompanhar - além de uns quilos extra, tranças e barba - de músicos repescados mas de substancial qualidade.
Os novos Guns N' Roses voltarão aos álbuns 13 anos depois. Depois de um falhado 93 - Spaghetti Incident foi um mau álbum de covers e, ainda por cima, sofrer o efeito Nirvana - Chinese Democracy está nos escaparates num Outono que se aproxima

Wednesday, May 24, 2006

E lá se deu!



Caetano e Jobim nunca o conseguiram. A minha rendição à música brasileira nasceria de algo muito menos consensual. E, de bandeira branca bem hasteada, é a Seu Jorge que finalmente me curvo. The Life Aquatic Studio Sessions é o primeiro álbum, em anos, do qual não consigo nomear meia dúzia de músicas. 14 faixas para acalmar o batimento cardíaco, afastar a dôr no peito e, aos poucos, reaprender os desígnios da respiração.
O trabalho de que vos falo é a banda sonora do filme Um Peixe Fora de Água com Bill Murray e, algures na película, Seu Jorge (Cidade de Deus). É, ao mesmo tempo, a reedição de alguns clássicos de David Bowie, desta vez em português e sem constrangimentos electrónicos.

Seu Jorge - Rebel Rebel
Seu Jorge - Life On Mars?
Seu Jorge - Starman
Seu Jorge - Ziggy Stardust
Seu Jorge - Lady Stardust
Seu Jorge - Changes
Seu Jorge - Oh! You Pretty Things
Seu Jorge - Rock N' Roll Suicide
Seu Jorge - Suffragette City
Seu Jorge - Five Years
Seu Jorge - Queen Bitch
Seu Jorge - When I Live My Dream
Seu Jorge - Quicksand
Seu Jorge - Team Zissou

Monday, May 22, 2006

Who The Fuck?



Não chega a Portugal com a facilidade com que desacarregam brasileiros nos T0 deste país. Mas, para quem não liga à posta "do not believe the hype", há maneira de ouvir o recém-lançado EP dos britânicos Arctic Monkeys. Who The Fuck Are Arctic Monkeys mima os fãs com quatro temas inéditos e acrescenta-lhe o recorrente The View From The Afternoon. Os miúdos de Sheffield esgotaram o Paradise Garage no passado dia 18 e prometeram voltar em breve. Eu, por cá, pisco o olho a Paredes de Coura e largo, descomprimetido, a sugestão.

Arctic Monkeys - The View From The Afternoon
Arctic Monkeys - Cigarrete Smoker Fiona
Arctic Monkeys - No Buses
Arctic Monkeys - Despair In The Departure Lounge
Arctic Monkeys - Who The Fuck Are Arctic Monkeys

Jenny fez-se mulher



Os Rilo Kiley começaram por ser o hobbie de descompressão dos actores Jenny Lewis e Blake Sennet. A eles, estrelas mais ou menos frustradas de uma Hollywood exigente (?!), juntaram-se Pierre de Reeder e Jason Boasel. Nascia então uma das mais sonoramente fiéis (não, e não disse carismáticas) bandas de Los Angeles. Rilo Kiley são a California de toalha ao ombro e festas na praia.
Este ano, Jenny Lewis atirou a toalha ao chão e celebrou, sozinha, a música cinematograficamente agradável da América. E daí não tão sozinha assim, já que a ela se juntaram as Watsons Twins num trabalho disponível ao ouvido desde Janeiro que se escapou. Rabbit Fur Coat é para ouvir e sonhar longe.

Rilo Kiley - The Execution Of All Things
Rilo Kiley - So Long
Rilo Kiley - Three Hopefull Thoughts

Jenny Lewis - Melt Your Heart
Jenny Lewis - Rise Up With Fists
Jenny Lewis - You Are What You Love

Tuesday, May 16, 2006

Traição Tautou, traição!



Como se não fosse suficiente a obrigação social de o lêr, surge agora o convite quase imposição de o vêr. O aplaudido e aclamado Código Da Vinci chegou às salas de cinema nacionais na tentativa de anular qualquer tipo de consciência íntegra que não tenha ficado totalmente danificada com a leitura do best-seller.
Ponto 1) Dan Brown é-me indiferente. Já a sua escrita simplória (não simplista) e o recorrer contínuo a técnicas baratas de captação de atenção (estilo novela de horário nobre) não satisfazem as minhas necessidades de divagação saudável e é, portanto, por mim recusada.
Ponto 2) Falo com conhecimento de causa. Consumi, saboreei e logo cuspi.
Ponto 3) A minha identidade cristã católica apostólica romana - Amén - em nada inflaciona o refutar convicto da polémica obra do senhor.
Ponto 4) O filme também não me inspira curiosidade. O único sentimento que em mim desperta é indignação. E tristeza. E desilusão. E tudo porque não queria - juro que não queria - ter de associar Audrey Tautou a outros papéis que não o da bela Amélie, a outros filmes que me tatuaram como Um Longo Domingo de Noivado e Bem Me Quer, Mal Me Quer, As Bonecas Russas e a muitos outros que não vi mas ainda tenciono vêr.
O meu código Tautou sente-se, hoje, traído.
Entretanto, ouve-se,

Mogwai - Acid Food
Mogwai - Travel Is Dangerous

Mogwai - Emergency Trap
Thievery Corporation - This Is Not A Love Song

Thievery Corporation - Dirty Little Secret
Lisa Hannigan - Be My Daddy (Nina Simone cover)

Saturday, May 13, 2006

O2 Wireless



Se o duende generoso me puxasse as calças e, convincente, me dissesse que era o feliz contemplado com um freepass para um qualquer festival de Verão desconfiava. Desconfiava mas aceitava. E não era o (Sem) Rock In Rio que me levava, não era a vaca de Vilar de Mouros, as tentações do Sudoeste ou a tranquilidade de Paredes de Coura que me convenciam. Perante tamanha oferta e liberdade de escolha, o meu dedo apontaria firme para Londres.
A partir de 21 de Junho, Hyde Park recebe o melhor festival europeu de música. As bandas são as melhores, o cenário é idílico e a organização, essa é britânica.
O O2 Wireless Festival toma conta do pulmão londrino de 21 a 25 de Junho. Deixo-vos o cartaz do primeiro dia, aquele por que suspiro.

Thursday, May 11, 2006

Vença-me a música



Está ainda para me esbofetear o filme que me apresente uma banda sonora como Garden State. De olhos quase fechados e ouvidos despertos, o único filme capaz de me vencer pela música é o mesmo que não podia deixar de me cumprimentar num dia de corpo, mais do que nunca, sentido.

Frou Frou - Let Go
The Shins - Caring Is Creepy
The Shins - New Slang
Remy Zero - Fair
Thievery Corporation - Lebanese Blonde
Wnding Road - Bonnie Somerville
Nick Drake - One Of This Things First

Tuesday, May 02, 2006

Gainsbourg Revisited



Serge Gainsbourg era esquisito. Distinguia-se pela intimidade com o álcool, drogas e mulheres. Tornou-se lenda na Europa e morreu a pedir o reconhecimento da América. O todo-poderoso da música popular francesa foi alvo de um tributo de grandes nomes da música mundial. Gainsbourg Revisited é a tradução genial de letras e estilos. Franz Ferdinand, The Kills, Plaebo, Portishead, Feist, José Gonzalez, Tricky, Cat Power e Michael Stipe são alguns dos nomes que reinventaram os clássicos obsoletos (polémica, quero polémica!) de Gainsbourg e criaram um dos melhores álbuns de 2006.
Para quem prefere Je T'Aime... Mois Non Plus sussurrado numa outra língua que não o francês.

Portishead - Requiem For Anna
The Kills - I Call It Art
Carla Bruni - Those Little Things
Cat Power & Karen Elson - I Love You (Me Either)
Tricky - Au Revoir Emmanuelle
Franz Ferdinand & Jane Birkin - A Song For Sorry Angel
The Rakes - Just a Man With a Job

Chega p'ra lá!

No meu aniversário escrevi por aqui que alguém (F. Scott Fitzgerald, confesso) disse que os melhores poemas são escritos antes dos 21. Concluí, resignado, que poeta era rótulo que nunca teria.
Esqueça-se o poeta e salve-se o romancista. Afinal, Dostoiévsky começou a escrever aos 25. Gente Pobre (assim se chama o primeiro livro do russo) é caquinha de pipi se comparado ao meu ainda virtual mas por demais esperado trabalho.
E a modéstia também era bem-vinda..

Collected Attack



Haja coragem e engenho para me tirar de uma loja como esta.
Hoje, com 20 Euros no bolso, parti decidido rumo a uma FNAC a caminho de casa. Não havia que enganar, a aquisição do Best Of dos Massive Attack era o objectivo mas, antecipadamente, já algo me dizia que tempo a mais havia de lá ficar. Assustei-me com a quantidade de álbuns e DVD's que tenho de adquirir nos próximos tempos. Entre outros, PJ Harvey (On Tour Please Leave Quietly - DVD) porque sou fã, Gainsbourg (Revisited) porque é um dos grandes álbuns do ano, Lou Rhodes (Beloved One) por curiosidade, Mogwai (Mr. Beast) pelo género, Calexico (Garden Ruin) pela boa-disposição, The Kills, Nick Cave, Neu! e Richard Swift porque sim.
Devaneios à parte, grande álbum o dos Massive Attack! Melhor, grande conjunto de raridades e novas músicas que disponibilizaram aos fãs na edição especial. As músicas que compõe o primeiro CD já eu as conheço como as ruas da minha cidade e os vídeos não me interessam particularmente.
A consagração da banda de Bristol deve servir-se ao fim do dia, num carro de vidros bem fechados e de volume a ultrapassar o racional.

Massive Attack - False Flags
Massive Attack - Incantations

Massive Attack - Joy Luck Club
Massive Attack - Danny The Dog

Massive Attack - Silent Spring
Massive Attack - Five Man Army